quinta-feira, 22 de maio de 2008



Convertido ou convencido?

De repente você chega e, assim como de costume, faz questão de assentar-se no último banco da igreja. Cruza os braços e espera o início do culto. Enquanto isso você observa as pessoas entrando e saindo do templo. Com um vago sorriso cumprimenta alguns irmãos da igreja. O culto começa e lá está você de cara meio amarrada e achando tudo sem sentido, uma mesmice total. A sua indiferença permanece durante todo o culto. Isso já acontece há alguns meses. Você não percebe, mas virou apenas mais um freqüentador de igreja.

Essa é uma cena que se repete insistentemente nas igrejas. E não é difícil detectá-la. Basta olhar para a direita ou para a esquerda e perceber sempre as mesmas pessoas conversando durante a pregação ou que se levantam com facilidade para tomar água ou irem ao banheiro, quando na verdade estão apenas passando o tempo. Existe uma grande diferença entre ser um jovem convertido ou ser só “convencido”, isto é, acha que é, mas não é. É apenas um freqüentador na igreja.

A conversão provoca mudança de atitude, nos faz ser íntimos de Deus. E é a partir desse relacionamento de intimidade é que passamos a perceber a vontade do Pai. Isso implica saber que Deus não deseja que você vire um “crente de banco”, aquele que vai à igreja por ir ou porque os pais mandam ou, ainda, porque está interessado naquele(a) menino(a). É interessante como o ser humano se acomoda fácil. Digo isso no sentido de que é muito mais vantajoso para alguns jovens ficar no banco da igreja apenas como um espectador, do que assumir os compromissos da conversão. Acabar logo o culto para ficar conversando com os amigos, por exemplo, é bem mais cômodo para alguns do que está no templo aconselhando ou orando por um(a) irmão(a) que precisa de ajuda. Ficar em casa curtindo um filme é bem melhor do que sair para visitar jovens drogados em meio a um calor rachando ou uma chuva daquelas.

Realmente a “porta larga” seduz muito mais que “a estreita”. Mas é exatamente na largura de muitas portas que vários jovens se perdem e caem no mundo, algumas vezes, sem volta. Que a igreja não seja somente um programa a mais para preencher as suas noites. Não queira ser um freqüentador que fique olhando o que Deus está fazendo pelos outros, mas usufrua dos benefícios da conversão, tomando posse do que Ele pode e quer fazer especificamente por você, pois a conversão é pessoal e vem acompanhada de uma boa dose de arrependimento.

“Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a Palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.” (I Jo 2.14b.)


Father of the Fatherless
Jason Upton


Composição: Jason Upton


I don't know how, to say what i'm feeling.
I don't have words, to write you a song.
But i have this hope and i have this prayer,
and i am believing.
Your words are true,
you never leave us alone.
father of the fatherless, come down and rescue us
we need you, we need you again
friend of the friendless, come down and visit us,
we need you, we need you again
how many sons, have cried for their fathers.
and how many fathers, have cried like a son
now every tear saved through the years in memory's bottle
becomes the fine wine, You serve to the children of god

Santo, Santo, Santo

- Por Mike Shea

Isaías, Ezequiel, e João foram levados ao céu e tiveram o privilégio de ver e sentir o Senhor no ambiente celestial de adoração. Suas reações e observações são interessantes. Os quatro seres viventes, os 24 anciãos, a multidão, todos que se encontram no cenário do céu concordam em sua adoração diante da manifestação do mesmo atributo do Deus que não tem igual: Santo, Santo, Santo. Os seres criados para adorar ao Senhor no céu, que não pecaram e não conhecem as conseqüências do pecado, clamam: Santo. Será que eles não iriam se acostumar à santidade de quem eles dirigem a sua adoração? Isaías, o primeiro a visitar este lugar, relatou que os adoradores clamam: Santo, Santo, Santo. Ezequiel teria feito sua visita logo depois de Isaias e os adoradores celestiais ainda clamavam: Santo, Santo, Santo. João teria sido o último autor da bíblia a visitar este santuário do universo. Séculos mais tarde os adoradores ainda estavam clamando: Santo, Santo, Santo!


No ambiente de culto celestial o atributo mais notável da pessoa de Deus é a Sua santidade.


Em Isaías 1:12-18, Deus trata com o povo de Israel: eles estão vindo para O adorar de uma maneira que Ele não aceita. O que fica claro é que o povo tinha adotado uma forma de adorar, mas sua adoração não tinha a essência do que Deus queria. Eles traziam ofertas e sacrifícios e participavam das festas, mas faltava o que Deus procurava. O profeta revela que quando Deus olhava, Ele via o sangue do pecado nas mãos das pessoas, e por mais que multiplicassem os seus clamores, os Seus olhos e ouvidos estavam fechados. Ele não aceitava esta adoração. Faltava o quebrantamento de coração que Deus procurava no adorador da descendência de Adão. O problema desse povo não foi o desconhecimento dos caminhos ou do caráter de Deus. Eles sabiam do próprio pecado. Apenas não tratavam o pecado que tinham cometido. E Deus via isso.


Apocalipse 3:14-22 contém a carta de Jesus para a igreja em Laodicéia. Nesta, Jesus trata duramente a igreja por sua postura orgulhosa e religiosa. Jesus denuncia a falta de quebrantamento na vida da igreja. Ele disse que precisavam de “vestidos brancos” para denunciar o estado de pecado que continuava na igreja. O resultado disso tudo era: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. (v.20) Este versículo é citado de forma imprópria quando usamos em evangelização. O texto nos revela que Jesus estava revelando Sua postura em relação a igreja: Ele estava do lado de fora! Jesus tinha saído da igreja e eles nem perceberam. Ele estava à porta pedindo para entrar. O povo tinha se calejado em relação a seu pecado. Eles estavam vivendo religiosamente sem tratar o pecado que sabiam que tinha cometido.


Creio que nós cometemos o mesmo erro hoje. Eu estava afinando meu violão para dirigir a adoração do nosso culto em casa. O Espírito Santo começou a falar comigo: Pára, pára, pára...o que você está fazendo? Eu respondi: afinando o violão para adorar. O que te leva a pensar que Deus vai receber sua adoração depois do jeito que você falou com sua esposa e seu filho agorinha? Eu tinha discutido com eles uns 10 minutos antes e eu estava sentindo o peso de culpa pela maneira que os tratei. A pergunta do Espírito Santo foi uma espada de dois gumes: Ele denunciou meu pecado e me chamou ao arrependimento e ao mesmo tempo me fez avaliar minhas motivações para o “culto”. Eu respondi: Tudo bem. O Senhor tem razão. Depois do culto vou chamá-los e pedir perdão. Porque depois do culto? Eu esperneava no meu espírito procurando uma razão para não confessar na hora. Nisso ressoavam duas palavras na minha cabeça: orgulho e soberba. Porque esperar? O culto era para quem? Para mim? Para as pessoas? OU PARA DEUS? Ele é Santo. Ele sabe tudo que foi falado, tudo que eu fiz. Era meu orgulho e soberba que me impediam de reconhecer isso antes de querer “cultuar” a Deus.


Obedecendo ao Espírito, eu chamei minha família e confessei. Voltando ao violão ouvi: Pára, pára, pára... você sabe que o pecado do sacerdote contamina o povo. Eu tinha lido Levítico 4 naqueles dias que fala sobre isso. E eu sabia aonde o Espírito Santo queria chegar e eu esperneava no espírito de novo... Vou ficar envergonhado... Vou perder autoridade diante destas pessoas... Orgulho... Soberba... Pedi a atenção de todos e confessei. Ao oferecer a oportunidade para outros tratarem o que fosse necessário, para a minha surpresa, quase todos corresponderam. Faço esta observação para transmitir o que o Espírito Santo ministrou a mim nesta experiência.


Qual é o motivo do nosso “culto”? Em que condição nos apresentamos coletivamente diante de Deus? Será que O tratamos como Santo? Ou O tratamos como um vovô “caduco” que está olhando a sua “netaiada” sem percepção de quem são e o que fazem? Ao “cultuar” a Deus, esperamos ter alguma experiência real/sobrenatural com Ele? O culto é uma reunião social ou um encontro dos Pai com seus filhos e O Noivo com a Sua noiva? Se é um encontro assim, porque carregamos tanto pecado para o culto esperando que Deus ignore isso e manifeste a Sua presença?


Creio que o culto pode ser um encontro coletivo com Deus. À luz das Escrituras (tanto o “velho”, como o “novo” testamento), podemos observar que Deus repara nosso estado na hora de cultuarmos. As Escrituras mostram que Deus faz distinção entre o “pecador” que precisa se converter e o “filho” que vem adorar ao Pai. Em relação ao filho, Deus espera que ele trate o pecado que tem. Porque? Porque somos convertidos. Porque Jesus nos trouxe de volta ao Pai. Porque o Espírito Santo está em nós e nos convence dos nossos pecados na hora em que os cometemos. E principalmente porque o sacrifício de Jesus foi radical: Ele deu a Sua vida para nos tirar do domínio do pecado, proporcionando perdão em todo momento. Nosso problema não é “desconhecimento” do que é ou não é pecado. Nosso problema é que vamos para o culto sem tratar o pecado que temos cometido. E ainda esperamos a manifestação de Deus! O pecado faz separação entre nós e o Senhor (Is. 59:2).


Tenho uma preocupação com os adoradores “proféticos, radicais, apaixonados, e extravagantes” hoje. Se não levarmos a santidade do Senhor a sério, iremos gerar em nossos cultos a mesma religiosidade com outras formas. Se não tratarmos o pecado, confessando para a pessoa contra quem pecamos, restituindo o que roubamos e reconciliando-nos com o próximo, podemos cair no mesmo estado que a bíblia denuncia como adoração que Deus não aceita. Saibamos ouvir o Espírito Santo na hora que Ele convence do pecado para tratarmos na hora que Ele opera. Assim poderemos adentrar o mesmo ambiente onde Isaías, Ezequiel e João foram levados para proclamarmos em adoração:

Santo, Santo, Santo